21 abril 2015

Neste país de treinadores de bancada,

tooooda a minha gente tem opinião sobre tudo. Toda a malta é especialista em temas. Parece uma peixaria: é posta de pescada para aqui, posta de pescada para ali. O pseudo-conhecimento de causa com que se expressam, confere-lhes o direito de expôr demoradamente opiniões sobre assuntos. E dizem coisas, imensas coisas, não fosse acontecer a verdadeira desgraça que seria não conhecerem aprofundadamente algum tema. Isso é que não! Para mim, não é mais do que o nacional desenrrascanso aplicado à conversa de café. " ui, política do Bangladesh? Conheço perfeitamente! Blá, blá, blá..." E vai de encher chouriços durante 5 minutos.
Não é de agora este meu deslumbramento sobre os conhecedores de tudo. Eu, que exagero na direcção oposta, tenho alguma vergonha alheia quando assisto a estes displays narcísicos porque, na verdade, me parece uma característica que serve muito bem o propósito de se colocarem lá no topo do pedestal social, tal é o cabedal intelectual demononstrado. A não ser que haja alguém na sala com algum (algunzinho) conhecimento na área sobre a qual discorrem naquele momento. Aí é que a porca torce o rabo... E eu me rio.

20 abril 2015

Raisparta a minha vida

Tinha uma viagem de comboio para fazer, nada de especial, duas horas que ía aproveitar para estudar. Trouxe o IPad com artigos descarregados para o Acrobat reader, não fosse o Wi-Fi da cp também estar de greve. Mulher prevenida vale por duas! Tudo teria corrido bem não fosse esta mulher ser a maior florinha de estufa de que há memória.
Correu mal ainda antes de começar. Fui comprar o bilhete com 5 dias de antecedência, sabia lá que já só apanhava um lugar de costas, no corredor e no último comboio da tarde! Enfim, pelo menos tinha bilhete e havia de chegar mesmo, mesmo à hora que precisava. Se o comboio não tivesse vindo com meia hora de atraso, claro. Mas o raio do Alfa anda para chuchu e havia de passar rápido... Ou não: logo havia de vir devagar, devagarinho, os travões a chiar e parando não sei quantas vezes. Manteve os trinta minutos de atraso, com não sei quantas pessoas à minha espera... Mas, enfim, voltando atrás, não havia de ser nada, vir aos solavancos de costas e na coxia! Pelo menos espreitava as vistas. Não, não espreitava. O meu lugar era daqueles em que só via parede.  O bocadinho da janela estava ocupado pela cabeçorra do meu vizinho do lado... Ainda peguei nos textos - cheia de boas intenções - mas fiquei logo enjoada que nem um carapau (um carapau enjoado, bem entendido). E assim fiquei até meia hora depois de ter posto o pé em terra firme, sempre com aquela sensação de quem navega vagalhões em mar alto. Ou então sou uma mariquinhas desgraçada.
Qualquer das hipóteses é tão agradável.

17 abril 2015

O maravilhoso mundo das despedidas de solteira

(Um parêntesis, já de início, para dizer que dentro deste tema em particular não tenho, na verdade, grande experiência, ainda que já tenha ajudado a montar festas surpresa e ainda que há poucos anos tenha posto de pé nada menos do que o meu baile de finalistas. E meu é como quem diz... Meu e de mais duzentas e tal pessoas. Tudo bem, já preparei uma ou outra, mas  admito que o campo das despedidas de solteira não é o meu forte... O que relato é um resumo do que já vi, do que já vivi e do que me têm contado. É o maravilhoso mundo das despedidas de solteira)

Bom,
mune-se, uma pessoa, da sua melhor capacidade diplomática e avança. Emparelha-se com uma ou duas amigas e, juntas, puxam pela cabeça e imaginam e sugerem. Mas, nada. Pesquisam e pensam mais e sugerem outra vez, mas novamente lhes cortam as vazas. Porque dá trabalho, porque é lame e 'para quê?, que chatice'. Vai a homenageada e, completamente fora destas conversas obscuras, comenta que gostaria de ter uma ou duas coisas no seu dia. Óptimo, vamos a isso! Pensa-se em como por tudo em prática e apresentam-se os planos. Que não, que é 'completely last season', que não gostam. Respira-se fundo, porque os fait divers não interessam nada e isto vai mesmo para a frente.

Enfim,
apesar das mazinhas, das sonsinhas e das que deitam achas para a fogueira - sempre com um sorriso, dando um arzinho da sua graça -, respira-se fundo mais uma vez, mas não se consegue evitar ficar triste com tudo isso. Não sei qual é a ideia... acalmem-se!, por muito que vos custe, este não é o vosso dia! Durante meses mantém-se a cordialidade, engolem-se sapos. Porque é preciso levar as coisas até ao fim.

Resumindo,
escolhem-se as batalhas e avança-se nesse sentido. Deixam-se cair as outras discussões porque, com muita pena, não se é capaz de ganhar a guerra toda.
Mas sabemos que ela vai gostar, porque a conhecemos e sabemos que há-de ficar feliz por estar com as suas amigas, independentemente de todo o folclore.


16 abril 2015

Com companhia

Entra no consultório um doente dos seus 50 anos, queixando-se de dor de cabeça.
- Só cá vim porque a Dra. da farmácia ficou preocupada, porque eu já tive dores de cabeça piores que hoje! Fiz muitos exames e disseram que sofro de enxaqueca com a áurea.



Pelo menos não está sozinho!

Ainda vamos em Abril e já tenho um anúncio preferido para este ano

07 abril 2015

Cada minuto que passa é menos um minuto que falta

Os vintes já sei como são. Para mim estão a acabar, independentemente da minha vontade, que ficava aqui de bom grado. Mas para mim, dizia, estão a acabar e por isso tenho que aproveitar ao máximo os dias que ainda aqui me restam. Foram, talvez, mal aproveitados, porque podia ter passeado muito mais, visto muito mais pores do sol, ouvido muito mais a rebentação das ondas, comido muitos mais chocolates e coisas boas, olhado e visto muito mais os meus. Desperdicei imensos minutos dos meus vintes a perdê-los, assim, tão simplesmente. Talvez porque a consciência que me prega ao chão (não que me pese, porque não pesa muito, mas porque me mantém com os pés incrivelmente colados à terra) me dificulte os voos que poderia ter feito. Angústia. Apesar disso, e ainda que tenha nascido assim velha, essa crua verdade obriga-me a abrandar (travar, mesmo, às vezes) e a envelhecer mais lentamente por vontade própria. Quero, por isso, acreditar que ainda tenho montes e montes de tempo para viver - só assim isto faz sentido. Não por oposição a morrer, mas como o acto de fazer a mais absoluta coisa que temos - apenas e só, Viver.

06 abril 2015

Abril

Acabou-se o bom tempo... Ainda bem que não guardei o edredon e a colcha. Raispartam as "águas mil"!

05 abril 2015

Alô Rússia!

Amigos que me lêem na Rússia,

Antes de mais um grande "pravda" para todos vós. Sei que não faz sentido, mas é a única palavra que conheço nas línguas eslavas. Da mesma maneira, suponho que também não percebam patavina - patavinski - do que escrevo aqui. Daí que me tenha surgido esta grande dúvida: como é que a Rússia constitui o segundo país onde mais pessoas lêem o meu blog? Saciem, por favor, a minha enorme curiosidade porque amanhã tenho que acordar cedo e com tal inquietação não vou conseguir pregar olho...

Agradecida.

04 abril 2015

Andei na Vogue a espreitar as modas.

Não sei quem é, mas... Uau!

Elegantésima, como sempre.

Olha esta, coitada, fartou-se de ser a mais gira da festa. Não sei a quem roubou a rede da pesca e só espero que o papagaio não tenha sofrido.

Modelito de viúva negra.. Nop.


O que é aquilo? Já vi ninhos de rato mais bem arranjados...

Olha só o que um vestidinho sóbrio não faz pela elegância de uma pessoa, hã?

Gira, gira!

Humm, nã.


Não é para todas, claramente, mas nela... Que vestidão espectacular, sim senhora!


Uau!


Oh no they didn't!

02 abril 2015

A fauna do ginásio

Era um dia de semana à tarde e consegui sair a horas de ir ao ginásio. A fauna não era a que costumo ver. A zona da musculação estava cheia de malta, mas sobressaía um puto de metro e meio que não devia ter mais duns 17-18 anos.
- Eu como uma hora e meia antes de vir treinar. Todos os dias.
Falava sozinho, pareceu-me, porque ninguém lhe respondia. E olhava para o espelho com orgulho nos seus músculos insuflados.
Fazia sons estranhos ao ritmo do movimento dos halteres que pegava (suponho que seja isso que me falta para exercitar melhor...). Tinha um ferro com o meu peso em cada uma das mãos, mas dá-me ideia que não fez grande exercício enquanto lá estive. Para além dos passeios em direcção ao espelho, claro está.
Um, dois... largava. Um, dois... largava.
A páginas tantas diz ao amigo
- Epá,
Vamos chamar-lhe Ginjas
- Epá, Ginjas, ajuda-me aí!
E o outro foi.
- Pega aí nos pesos e dá-mos. Assim, vá.
E o outro passa-lhos e começa a contar
- Um, dois,
- Não faças isso!
Desconcentrava-o. Contar dificultava-lhe a vida. E larga os halteres no chão com um estrondo.
- 'Tou muita fraco, hoje. Normalmente chego aos 30!
Mil... Normalmente fazia trinta mil, mas hoje não era o dia.
Mas, ao espelho, estava mesmo muita bonito.