21 julho 2011

Carta

Lisboa, 21 de Julho de 2011

Avó, acabei o curso!
Há uns anos que não lhe escrevo... bem, desde que... enfim... Parece que o sítio para onde foi não tem serviço de correios.
Mas queria dizer-lhe que acabei. Foi hoje o meu último dia. Sou Médica.
Talvez de todas as pessoas que me rodeiam seja a Avó aquela a quem tenho mais pena de não o poder contar.
Em tempos escrevíamos. Mais a Avó, que eu não ligava muito a isso. Preferia ficar à espera que me dissesse pelo telefone que tinha mandado uma encomenda e eu já sabia que eram bolos (sabe, a J. tem andado a treinar e já consegue fazer uns muito parecidos!). A carta, essa, que mandava sempre que partilhasse os bolos "com a mana e a Mamã", vinha no cimo do pacote mas ficava remetida para segundo plano. Agora já não é bem assim. Temo-las guardadas, de recordação.
Também lhe queria contar que a Tia B. adaptou para a minha fita de finalista o poema que a Avó lhe tinha escrito há muitos anos quando ela acabou o curso. Assim, quase se pode dizer que a Avó também esteve presente na minha Bênção das Fitas. Gostei tanto...
Sabe, ainda me lembro de imensas coisas... do seu número de telefone (aquele mais antigo, antes dos indicativos), de como se chegava lá a casa, do cheiro característico a "Casa da Avó de Coimbra", da estante do hall com a colecção das revistas das "Selecções", da sala com o sofá castanho e a lareira "a fingir", da televisão com comando e do telefone sem fios (nós cá não tínhamos disso!)... E de quando o Pai a foi levar e se esqueceu cá da chave da porta... E de vir passar o Natal... E do dia dos seus anos... E de tudo...
Enfim... lembro-me e não me esqueço.

Um grande beijinho, com muitas saudades,

Teresa

18 julho 2011

Carpe diem


CARPE DIEM.
Tantos significados quantos pessoas que o vivem. Tantos significados quantas formas de o viver.
Para mim tornou-se, mais do que nunca, em aproveitar cada dia - sem esquecer a memória do passado e sem deixar de sonhar com o futuro - mas escolhendo lutar pelo prazer e sucesso do presente. Porque é aí que vivo.

08 julho 2011

[I]moralidade

No âmbito do Ano Europeu do Voluntariado e à laia de reflexão sobre os dramas da vida real, apetece-me falar sobre os problemas da [i]moralidade da nação.

É tão fácil - digo eu - apontar o dedo e atribuir a questões morais a derradeira responsabilidade pela instalada crise que vive[re]mos... Na minha opinião não será bem assim. Ou, pelo menos, não só assim.
Senão, vejamos: desenterrando os meus parcos conhecimentos da História da Humanidade, parece-me que nunca noutra altura como agora houve tal interesse, ligação, promoção até, da ajuda ao próximo. Movem-se milhões em projectos de apoio social. Muitos de nós, aliás, somos voluntários nas mais variadas causas, quanto mais não seja porque não nos sentimos bem sem contribuir de alguma forma para ajudar quem precisa mais do que nós. E mesmo quem pouco tem - tenho reparado - não deixa de dar o que pode.

Há, contudo, o reverso da medalha. Não sei, sequer, qualificar aquele tipo de pessoas que parasitam a sociedade usando pequenas brechas no sistema legal e transformando-as a seu favor num cada vez mais profundo fosso que vai dia para dia engolindo todos e cada um de nós. Adimitem-se salários chorudos nos cargos de topo? Sim! Tudo depende do que dão a ganhar ao País! Ficamos surpreendidos com o que o Cristiano Ronaldo ganha por mês. Alguém no Real se preocupa com isso enquanto ele der a ganhar ao clube muito mais?! É a mesma coisa. Agora, admitem-se famílias inteiras perfeitamente capazes de trabalhar e contribuir para o país - que é de todos - a viver eternamente à custa de rendimentos sociais de inserção, baixas e subsídios de desemprego ou disto ou daquilo?? Soube hoje de um caso destes: casa oferecida pela câmara, carrão à porta, unhas de gel, o menino a jogar playstation no plasma que tem no quarto. Faz uns biscates por fora, mas o grosso vem do subsídio... trabalhar que é bom é que não. E a melhor parte é quando reparamos que tudo o que faz é queixar-se das injustiças da vida... curioso...

Mas isto não dura para sempre. A segurança social está pura e simplesmente falida, o sistema nacional de saúde, moribundo... Todas as regalias que aprendemos a dar como garantidas estão a chegar ao fim. Vamos todos sofrer as consequências de uma má gestão - é certo - mas também dos aproveitamentos de oportunistas descarados e imorais.

Daí que me pareça que a sociedade não precisa de cidadãos mais moralistas, precisa - isso sim - de mais pessoas a viver de acordo com algum padrão de moralidade...

07 julho 2011

Balada da Despedida

Fitas doiradas, por-do-sol raiadas a riscar o mar.
Meros testemunhos, folhas de rascunhos do curso a acabar.
Canções de amizade, refrões de saudade de quem vai partir.

Adeus Faculdade, adeus terna idade, lembrança a sorrir.

Dentro de um estudante o eterno amante de capa luar.

Existe a vontade de que a faculdade o deixe ficar.
Mas tal como o dia, a noite fugidia irá destronar.
Também negras capas transformam-se em batas para não mais voltar.

O tempo não cede ao clamor que lhe pede para voltar atrás.

Das fitas apenas memórias serenas de um sonho fugaz.
A página vira e a alma respira por mais um momento.
Seis anos de amor, paixão e fulgor, levou-os o vento.

05 julho 2011

Para quem gosta de escrever. De contar. De ler.

Porque escrever notícias é muito mais do que falar da actualidade, gostei do que ouvi hoje de manhã na rádio: Um lançamento para AJB - TSF. A voz é inconfundível, como o são os "Sinais" que diariamente nos traz à laia de comentário da vida. Por Fernando Alves, TSF.

04 julho 2011

[wishlist] 3. relógio


Faço parte daquele cada vez mais populoso grupo de pessoas que para ver as horas tira o telemóvel do bolso...

De facto, não sou mega-fan de relógios mas gosto deste: Swatch full-blooded smoky blue.

Da última vez que disse que gostava de um relógio os meus pais ofereceram-no à minha irmã (...!!!), mas como ela fez anos há pouco tempo, pode ser que me safe...