22 abril 2012

"Peixe em Lisboa": Almoço de uma tarde inteira

No início da semana, o meu querido namorado ofereceu-me o almocinho no "Peixe em Lisboa", que é como quem diz: fomos passar a tarde ao Pátio da Galé, no Terreiro do Paço (mesmo ao lado da esplanada do Alma, de que falei há tempos, se bem se lembram).

A cozinha de mar espera por si no Pátio da Galé, Terreiro do Paço.

A bem dizer, peixe foi realmente o que menos provámos: nestas coisas, o apetite puxa-me sempre mais para o marisco... Mas começando pelo início: entrámos pelo lado da Câmara de Lisboa, pegámos no nosso copo-oferta (mais cinco edições e já fazemos um serviço de cristal da boémia!) e fomos directamente para a zona Gourmet. Não fosse eu com as degustações dos restaurantes fisgadas (que é o mesmo que dizer que tenho vergonha de andar por ali a pedinchar quando os senhores lá estão é para vender), tinha-me ficado logo pelos queijos, vinhos e enchidos (ai o paio de porco preto!) e pelos doces e compotas...

Prove e compre produtos de eleição no mercado gourmet.

Enfim, nisto eram já duas da tarde, tínhamos estado com uma Enóloga (se não era, enganava bem) super simpática a provar uns quantos vinhos da Estremadura (sim, eu que sou bem entendida na arte...) mas o peixinho, nem vê-lo! Atravessámos finalmente a zona Gourmet e entrámos na área dos restaurantes.

Os melhores chefes de Lisboa querem cozinhar para si… Prove a emoção e criatividade sem par de 10 grandes restaurantes!


Ementa:
Logo à chegada, provamos um (fantástico) paté de sardinha de uma demonstração da Docapesca.
Mais adiante, eu optei pelo Gaspacho de tomate com sapateira e parmesão (do 100 maneiras) e um "Hamburger brioche" de sapateira (José Avillez) e o J. escolheu as Lapas na chapa (da Tasca do Joel) e o Tamboril com molho de lavagante (do Ribamar).
E para acompanhar? José Maria da Fonseca.


Para dizer a verdade, estava mais compostinho de público do que estava a espera (para um dia de semana...) e até vimos o Chefe Avillez e a Chefe Justa, aquela do (falhado) Masterchef português.


Assista às apresentações ao vivo de conceituados chefes internacionais e a trabalhar em Portugal.

E as demonstrações? Pois, não deu para tudo.

Programação? Tudo aqui. A edição deste ano acaba amanhã, mas p'ró ano há mais!

J.: Adorei!

Aloma: O melhor pastel de nata de Lisboa

UI! Aos anos que cá em casa se sabe disto...

“O Melhor Pastel de Nata” eleito no Peixe em Lisboa é da pastelaria Aloma

Da Rua Francisco Metrass, 67, no castiço bairro de Campo de Ourique, até ao Pátio da Galé, no Terreiro do Paço, e logo para vencer o concurso “O Melhor Pastel da Nata”.
A Pastelaria Aloma é a grande vencedora da quarta edição desta competição que integra o programa oficial do Peixe em Lisboa, até ao próximo domingo, no Pátio da Galé – Terreiro do Paço. No segundo lugar, a Pastelaria Cristal e, no terceiro, a Casinha do Pão.
O júri - constituído por Alexandra Prado Coelho (jornalista), Domingos Soares Franco (enólogo), Joaquim Sousa (pasteleiro), Rodrigo Meneses (apresentador de televisão) e Virgílio Nogueiro Gomes (gastrónomo) – selecionou os vencedores no Auditório do Peixe em Lisboa que, mais uma vez, esgotou.
Notícia daqui

21 abril 2012

Coisas que eles deviam saber mas não sabem [aka coisas que eles têm que adivinhar que elas querem]

i’d skip nº10…

I'd totally skip nr 10... mas as outras são muito verdade!

Imagem daqui.

As mulheres não percebem... o quê?!

Mas afinal o que é que nós não percebemos?, contém lá! Agora fiquei curiosa!
(era essa a ideia, não era? espertinhos...)
Eles são três amigos, na casa dos 30, que passam um bom bocado juntos, sozinhos, a falar... sabe-se lá de quê. E nós, curiosas, vamos todas lampeiras ver o que é que eles pensam que nós não percebemos. Apanhadíssimas...
O que é certo é que nunca numa horinha estes mesmos homens conseguiriam perceber do que as mulheres falam quando eles não estão por perto!...


Teatro Tivoli BBVA

Encenação de José Pedro Gomes
Interpretação de Aldo Lima, André Nunes e Rui Unas.
Texto de Frederico Pombares (dizem os entendedores que com este a comédia é garantida), Henrique Dias e Roberto Pereira.
Música de Alexandre Manaia.
De quinta a sábado às 21h30 e domingos às 17h00; bilhetes entre os 12,50 e os 20€.

20 abril 2012

[Desenrrascar à portuguesa] Surf no Tejo

O que é que uma pessoa faz quando quer surfar e não tem grandes ondas à porta de casa?
Mete-se na carreira para o Guincho?
Pfff... Não!! Como é óbvio monta-se na sua prancha ali prós lados do Clube Naval Barreirense e "amanda-se" de frente, mesmo como quem vai surfar as altas ondas do Tejo.
Quais?
As produzidas por umas belas 900 toneladas de catamarã em hora de ponta.

Porque quem não tem cão, caça com gato.

(É mesmo verdade... cliquem AQUI!)

15 abril 2012

Ele há coisas que me intrigam... II

E esta até me causa algum prurido...
Então o presidente da Caixa Geral de Depósitos pode acumular as funções de presidente da Associação Portuguesa de Bancos? Então como é? Às segundas, quartas e sextas representa a Caixa como dependente do governo; às terças, quintas e sábados defende os interesses da banca privada... que aliás é quem lhe vai pagar o ordenado ao fim do mês?!

Comentários da opinião pública? Tudo normal, tudo normal...

Imagem daqui.

12 abril 2012

10 000

Ui! Valha-me São Bernoulli, padroeiro dos grandes números*, que já chegámos às 10 000 visualizações aqui do estaminé!

* para quem perceber esta bela piada vai já daqui um "ganda high-five"!




E por falar em 10 000...


Se sairmos do euro como é que se vai passar a chamar o nosso dinheiro?!...

Imagem daqui.

A saúde mental dos portugueses

Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.

Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.

Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.

E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.

Pedro Afonso
Médico psiquiatra

in Público
21 Jun 2010

Lembram-se dos atentados de Toulouse há tempos?


(abram a imagem para verem mesmo, mesmo bem)