31 maio 2013
30 maio 2013
29 maio 2013
Tristes figuras
Estou na fase dos casamentos dos amigos. Já passei os casamentos da família, agora toca-me a mim bancar pensar na fatiota, na despedida, no presente...
Estava eu, então, a reflectir sobre o tema, quando me ocorre pensar o que passará pela cabeça das pessoas - que as há sempre - que aparecem com aquelas vestimentas estranhísimas? Pois se não foram convidadas para um baile de máscaras, porque é que... ... ... Porquê??
Estava eu, então, a reflectir sobre o tema, quando me ocorre pensar o que passará pela cabeça das pessoas - que as há sempre - que aparecem com aquelas vestimentas estranhísimas? Pois se não foram convidadas para um baile de máscaras, porque é que... ... ... Porquê??
E cheguei a uma conclusão: "isto" só acontece em duas situações, que são da mais grave crise interna de uma pessoa...
1) meia idade: a malta já não vai p'ra nova e até tem uma vida adulta bem equilibrada, eis se não quando acorda um dia a pensar que até tem um ar jovem e tem mas é que mostrar isso a todó mundo e em todó lado e vai daí passa a vestir-se à adolescente;
2) adolescência: a malta é jovem e até está a passar por esta fase atribulada mais ou menos benzinho, sem grandes ondas, eis se não quando tem um ataque de individualidade e tem masé que mostrar a toda a gente que tem uma personalidade própria e vai daí passa a vestir-se à parvo.
Para quê ir fazer tristes figuras? Qual é a necessidade?
28 maio 2013
27 maio 2013
26 maio 2013
"na hora de pôr a mesa, éramos cinco", de José Luís Peixoto
na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
José Luis Peixoto, in "A criança em ruínas"
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
José Luis Peixoto, in "A criança em ruínas"
25 maio 2013
24 maio 2013
Os toldos de Armação de Pêra
Uma pessoa quer poder ir de férias descansada. Pensa em ter uma casa na praia, um toldo na areia e passar o Verão à beira-mar. Uma pessoa faz um mealheiro e compra a casinha numa vila de pescadores numa baía agradável no Algarve e, com os amigos que fizeram o mesmo, passa lá muitos verões extradordinários. Vêm os filhos, vêm as noras, vêm os netos e daqui a pouco já virão os bisnetos... Uma pessoa cria lembranças todos os anos no mesmo toldo 14 da praia dos pescadores. Uma pessoa queria poder ir de férias descansada e conseguiu. As casas ficavam fechadas de um ano para o outro à espera de mais Verão e os toldos reservavam-se à época com o banheiro: "Então até p'ro ano, se Deus quiser!", "Adeus, minha senhora, até p'ro ano!". Uma pessoa conhece os vizinhos, a senhora da padaria, o Sr. Vieira da Palhota e o Sr. do Cake - são sempre os mesmos há 50 anos. É que uma pessoa já faz 92. Mas este ano já não vai poder ir de férias descansada porque este ano vai ser preciso fazer fila à porta da Junta de Freguesia para reservar o toldo. E uma pessoa de 92 anos não pode passar horas numa fila, muito menos 4 dias e 4 noites na rua à espera de reservar o toldo. Os filhos trabalham, os netos trabalham e quando lá chegarem na sexta à noite já a fila estará longa e os toldos destinados. Não sabe de quem é a culpa, só queria poder ter um toldo para estar descansada à sombra a ver o mar. Como sempre. E por isso uma pessoa este ano vai fazer menos praia porque os outros toldos já ficam longe para quem tem 92 e andar pela zona dos chapéus, apinhada, já não é fácil. Talvez fique por uma esplanada. Mas sempre a olhar para a praia e para os Verões à beira-mar.
Para a minha J.
A minha irmã faz anos hoje. Eu gosto muito dela, mas ela não gosta de conversas destas, portanto fica aqui o que me ocorre dizer hoje, não fosse ela mandar-me calar com estas lamechices. Eu sei que não passas aqui muito mas vou dizer e fica dito, J., não tens hipótese.
A minha irmã tem o melhor sentido de humor que conheço. E isso significa que é muito mais inteligente do que ela pensa. Ligeiramente irónica e mordaz, absolutamente idiota e sempre a carburar uma parvoíce qualquer. Todas as piadas que se contam lá de casa foram "a J. que disse", mesmo quando não foram. Não há sossego quando ela está presente.
A minha irmã tem imensos caracóis. Quando era pequena fartava-se de chorar a pentear e a cabeleireira até lhe deu um golpe na orelha no meio da birra. Depois queria andar sempre de cabelo apanhado. Agora já lhe apanhou o jeito e tem um cabelão espectacular.
Quando a minha irmã era pequena era "completamente à nora". Tudo lhe passava ao lado e diz que por isso não tem memórias dessa altura. Agora que lhe passou a fase lunática, tombou para o outro extremo e acha que ninguém "tem noção" de nada.
A minhã irmã era a pessoa mais desarrumada que eu conhecia. Numa festa de anos lá em casa uma amiga decidiu cuscar o armário e caiu-lhe tudo em cima. "A culpa foi dela, não tivesse aberto as portas". Mas um dia acordou e começou a arrumar tudo e nunca mais parou.
A minha irmã adora praia, a nossa praia, e acha-se a melhor jogadora de cartas do mundo e arredores. O azar é que pensamos todos o mesmo e a verdade é que a melhor sou eu.
Há uns anos a minha irmã jogava futebol. Não era o CR7 e não gostava de ir aos jogos. Para ela o ideal era treinar e mais nada. Sem pressão. Por isso também nunca se meteu no karting connosco. Mas os anos de convivência também dão frutos e na primeira prova que fez ficou em 3º lugar. Só!
A minha irmã é a minha fashion adviser nas horas vagas. Eu sou clássica e confortável, ela é moderna e fixe. Tem mesmo olho para aquilo e quando vamos às compras diz-me "não, isso é péssimo, segura nas coisas que eu escolho". E eu agradeço e fico caladinha.
A minha irmã faz anos hoje e eu gosto tanto dela que era menina para lhe dar um abraço mesmo a sério. Mas como ela não gosta de lamechices fica aqui o meu desejo de que seja muito feliz, faça muitos mais anos e me empreste as roupas que gosto.
22 maio 2013
Como é que eu não hei-de ir p'ra velha? #2
A Expo '98 foi em (lá está), em 1998.
O problema é que 1998 já foi há 15 anos...
Martim, 16 anos, "Over clothing"
Perceba uma coisa: "geração rasca" não significa nada. Lá por ele ser jovem, não quer dizer que seja estúpido. Lá por ter 16 anos não significa que esteja encostado à sombra da bananeira à espera que tudo lhe apareça ao colo. Há quem seja pro-activo e empreendedor desde cedo. É assim que um país anda para a frente e que uma geração constrói um futuro melhor. Ter um doutoramento, minha senhora, não é tudo. E muito menos lhe dá o direito de ter esta atitude infeliz.
(Chegaste bem para ela.)
Martim, 16 anos, criador da marca Over e um exemplo para os jovens portugueses.
Olha o que estava ontem ao lado do Vasco da Gama
21 maio 2013
"Desfado", Ana Moura
Quer o destino que eu não creia no destino
E o meu fado é nem ter fado nenhum
Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido
Senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum
Ai que tristeza, esta minha alegria
Ai que alegria, esta tão grande tristeza
Esperar que um dia eu não espere mais um dia
Por aquele que nunca vem e que aqui esteve presente
Ai que saudade
Que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém
Que aqui está e não existe
Sentir-me triste
Só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem
Só por eu andar tão triste
Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse"
E lamentasse não ter mais nenhum lamento
Talvez ouvisse no silêncio que fizesse
Uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro
Ai que desgraça esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande incerteza de não estar certa de nada
Letra e música de Pedro da Silva Martins
Repertório de Ana Moura
Como é que eu não hei-de ir p'ra velha? #1
O karate kid, o puto aprendiz de Mr. Miyagi, tem 51 anos!
20 maio 2013
Hoje é dia de conselho de estado?
"... de Cavaco e Silva não virá nada de bom."
Mário Soares, em 28 de Maio 1985
Preparação para as férias
Ora aqui está uma verdadeira party-roulote!!
Digam lá que não era uma excelente "nau de mantimentos" para uma caravana de campismo?
Do que isto me lembrou
Estava eu a ler isto, sobre os filhos de casais amigos dos nossos pais que, só por serem da nossa idade haviam de dar-se maravilhosamente connosco, que me fez lembrar de uma história que se passou comigo há uns 20 anos.
Foi numa bela tarde de Verão que a minha irmã e eu, que devíamos ter uns 3 e 7 anos, fomos com os Pais passar a tarde com uns amigos deles que tinham também dois filhos da nossa idade. Não me lembro de muito mais do que de ter chegado a casa deles e os parvos dos miúdos terem desatado numa birra épica, com direito a palmada no rabo e castigo no quarto. Viemos mais tarde a saber que em vez dos dois rapazes para brincar, ficaram desiludidos com as duas meninas de saia e bandolete...
17 maio 2013
16 maio 2013
O Dr. House dos Capuchos
Muito antes de saber quem era este Senhor, fui sua aluna ainda no início do meu percurso na Medicina. É exactamente aquilo que parece ser: uma pessoa sem igual.
Para ouvir (muitas vezes) o Dr. Brotas aqui.
A tampa da sanita
Mak, o mau quis dissertar sobre o urinol; eu quero falar da tampa da sanita.
Reparem: não é por birra que as mulheres têm esta mania de querer a tampa para baixo... não é só estético, nem é só para chatear a outra metade da população humana!
É uma questão de limpeza! Ora uma pessoa vai à casinha fazer aquilo que tem que fazer (vulgo, número 1 e/ou número 2). Assumindo que, depois de uma limpeza cuidada, se puxa o autoclismo (assumamos, por favor, pelo asseio da questão), o vórtex de água e detergente mistura-se com o conteúdo, entra em ebulição e forma uma verdadeira núvem de partículas - não preciso de dizer de quê, pois não? - que ficam em suspensão por todo o WC e acabam por assentar em cima de tudo. Tudinho! Ele é chão e bancadas, mas também toalhas e escovas de dentes. Ainda à bocado a Temperance Brennan falou disto no Bones! "Mais vale uma pessoa lavar os dentes com...". Estão a perceber ou não?
15 maio 2013
A desilusão esta época é inacreditável...
Já agora, uma mensagem aos meus amigos que estiveram a torcer pela equipa estrangeira (não que eles vão ver isto, mas...): Tinha-vos em melhor conta.
14 maio 2013
Sra. D. Cristina Simões, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera:
desculpe-me a ousadia, mas se era para vir para aqui dizer que vai ficar outra vez mau tempo (!!!), minha senhora, mais valia ter ficado quietinha...
Mastectomia da Angelina Jolie
Nem imagino a força que é preciso ter para tomar uma decisão destas... Mãe coragem!
(Tudo no New York Times, aqui).
(Tudo no New York Times, aqui).
13 maio 2013
Meninos gordinhos
Um terço dos miúdos que vejo na consulta são obesos.
Um terço dos pais dos miúdos que vejo na consulta são obesos.
Boa parte deles gostava de emagrecer.
Boa parte deles costuma beber refrigerantes todos os dias, bolos todas as tardes e snacks todas as noites.
Querer não chega.
12 maio 2013
É assim...
Nunca gostei de perder, mas a vitória hoje teria tido o sabor mais doce. Foi hora e meia de pura tensão. Hora e meia a torcer pelos nossos, por esta conquista, pela alegria de vencer. Não foi assim. Obriga-me o desportivismo e educação que me ensinaram a ser racional e dar os parabéns ao adversário. "Amanhã há mais e estaremos todos a vibrar outra vez". Mas se isto tivesse alguma coisa de racional não me teriam vindo as lágrimas aos olhos.
11 maio 2013
10 maio 2013
De transporte público
Corro para apanhar o autocarro. Tenho tempo de sobra: à minha frente entra uma octagenária de 3 pernas (duas poucochinhas) que se deixa ficar ali em pé porque o carro vai cheio. Detenho-me a olhar em volta. A classe sénior predomina mas os outros não abdicam do assento em que descansam as suas reais bundas, assobiando distraidamente para o lado. Arrancamos. Discute-se o tempo, os impostos, a troika e as taxas moderadoras da saúde. A minha companheira de viagem em pé não opina. A sua preocupação é em segurar-se às circunstâncias; a ela, à carteira, à sombrinha, ao saco das compras. Ao pé de si vai sentada uma deficiente motora, num lugar reservado para si. Madame de meia idade, muito bem posta, saltos altos, nariz empinado. Toca para sair e dá um jeito na fatiota. O motorista trava com maior veemência - o que não esperava a senhora em pé -, e pronto, num tropeção vai a sombrinha parar ao chão e o saco das compras, com o impulso da travagem, bate com épica força na madame. Se o olhar matasse... "Parece impossível!", e levanta-se de uma vez. E também a mim me parece impossível o milagre. Madame não é mais deficiente motora e sai, curada!, de nariz e agora também ego empinado.
08 maio 2013
05 maio 2013
03 maio 2013
Já não me dedico ao blog como deve ser há muito tempo. A verdade é que tenho passado muito pouco tempo em casa e muito menos à frente do pc, o que, por acaso, me deixa muito feliz. Os últimos anos têm sido complicados - para não dizer péssimos - e uma das minhas resoluções de ano novo foi mesmo aproveitar ao máximo o tempo para estar com o namorado, a família e os amigos, descansar, passear, e tudo, e tudo, e tudo.
Portanto, desculpem qualquer coisinha, mas estou ocupada a aproveitar a vida.
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