17 janeiro 2010

À Tia Gina

Desapareceu hoje mais uma; apagou-se outra vela na família.

Isto vai por fases, qual ciclo pré-programado da vida de um grupo.
Como ciclo, não principia nem acaba. Há momentos de luz, muita luz e salpicos de várias cores. São as uniões dos nossos aos que vêm de fora e se tornam também nossos; são as crianças a nascer, a rir, a brincar e os mais velhos a tornar-se crianças outra vez e a vê-las crescer e crescer e crescer. Depois vêm os momentos cinzentos quando as crianças já não são tão crianças e os mais velhos deixam querer ser crianças e se entregam à velhice. E esses momentos escurecem a cada vela que se apaga e tornam-se negros. Agora mais negros.
Mas a alegria de uma família está na certeza de que o escuro não será sempre escuro e mais tarde ou mais cedo as velas voltam a acender-se. Não as mesmas mas outras que ainda assim são capazes de ir acendendo outras e outras e manter uma chama única a que chamamos Família.

Aos mais próximos dói. Mas é mesmo assim. Mas dói.

Um beijinho, Tia Gina.

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