30 novembro 2015

Querido Pai Natal #1

De tão bem que me portei este ano, venho humildemente escrever esta cartinha. Como estou certa que muitas missivas estarão a chegar à sua morada, envio mais esta em fascículos (para que não se sinta atropelado), com algumas sugestões, para ajudar na escolha de um presentinho para o meu sapatinho.
Obrigada desde já pelo tempo dispensado. Qualquer informação adicional, é pedir!



Omnia, by Anna Westerlund.

25 novembro 2015

Chapéus há muitos, parece-me que até demais...

Eu adoro chapéus. Tenho alguns e todos os anos dou um arzinho da minha graça passeando-os orgulhosamente em alguma voltinha pela cidade. Pois que este ano todo o mundo se lembrou de proteger a cabecinha e os chapéus pululam por todo o lado: ele é nos cafés, ele é na rua, até dentro do carro já vi chapéus na cabeça. Tudo bem, é moda, mas é demais. E é pena, porque o chato é que eu tendo a desgostar daquilo que todo o mundo de repente gosta... esta coisa de andar em carneirada, tudo de chapelinho e bibe igual ficou lá nos confins da minha infância (um grande beijinho para o Jardim-Escola do meu coração). É só isso, não me apetece!... Daí que este ano ainda só tenha saído de chapéu uma vez e dá-me ideia que a coisa vai ser escassa...

20 novembro 2015

Assembleia da República aprova adoção por casais do mesmo sexo

Não sei se dois homens serão capazes de dar a uma criança o amor que ela merece. Não sei se duas mulheres poderão ser as figuras fortes que qualquer criança necessita. Mas sei que não é por serem dois homens ou duas mulheres que não podem ser tudo o que uma criança precisa.
Hoje foi um bom dia.

16 novembro 2015

As meninas?

Mas que pouca vergonha é esta? De onde saiu agora este sr Arroja? Quem é que se julga para vir vomitar opiniões? Fala das 'meninas do bloco de esquerda', 'esganiçadas', que não queria 'nem dadas'?? Dobre a língua, senhor! Nem vou comentar a arrogância de ter elaborado a hipótese (por favor!), porque nem que quisesse! Acha-se alguém tão lá no alto dum pedestal, que não vislumbra a baixaria onde se enterrou. Onde já chegou o baixo nível...

10 novembro 2015

Que golpe de estado?

Não vejo discutir ideias, raramente ouço opiniões: tudo o que há é barulho. Dos que choram a queda de quem venceu as eleições; dos que comemoram o derrube desses grandes malvados. Vamos lá por os pontos nos is: tão legítimo seria um governo da coligação como legítimo é que a maioria da assembleia se una em torno de um objectivo comum, qualquer que ele seja. São as regras do jogo e não é a gritaria que dá mais razão a uns ou a outros. Deixem-se disso.
Aprenda-se e reflita-se antes de se emitirem opiniões. Ouçam mais do que falam. É por isso que temos dois ouvidos e apenas uma boca.

09 novembro 2015

Das minhas dificuldades matinais

Lá na fábrica onde se produzem os renaults clio azuis há uma graça recorrente (tenho a certeza). Mal sai mais um do forno, mandam-no para a minha rua, onde estacionam diariamente mais carros desses iguais do que a destreza mental me permite distinguir pela manhã. Saio ainda o sol mal raiou e vou rua-acima a pensar qual daqueles seis estacionados perto uns dos outros será. Às vezes lembro-me que afinal na véspera tinha estacionado para o outro lado. E lá vou eu rua-abaixo, tentando descobrir por diferenças de jantes e forro interior, qual dos outros cinco será afinal... Raiosmapartam!

02 novembro 2015

Saudade

Morrer é o que de mais certo temos na vida. Tudo o mais é incerto, incógnito, imprevisível. Menos a esperança. E por isso (e apesar de tudo... e talvez por uma enorme falta de objectividade), nunca nos habituamos à ideia de que nos vai tocar muito mais próximo e mais depressa do que gostaríamos. Acontece uma e outra e outra vez. Dói sempre de maneira diferente, mas dói sempre muito. Dói-nos a nossa dor e a daqueles de quem mais gostamos. Com o tempo a dor transforma-se. Em mim, primeiro em incredulidade, numa espécie de realidade paralela, num pesadelo de que concerteza vou acordar. E depois de todo o processo de luto, numa saudade imensa. Hoje, é o que tenho dessas minhas pessoas. Uma saudade imensa.