29 julho 2013

Na consulta

Mais do que reconhecer a minha total ignorância, já assumi para mim própria que existirão sempre áreas da cultura que o meu saber dificilmente poderá alguma vez abarcar. Mas esta hoje matou-me...

- Sotôra, eu sinto-me, tal e qual, como a Júlia do Dancing Days.

24 julho 2013

24 de Julho de 1833: Os liberais entram e tomam Lisboa.

Não é feriado, mas é um dia importante na história da nossa liberdade. Tinha uma vaga ideia mas fui pesquisar! Para que saibam, comemoram-se hoje os 180 anos da libertação de Lisboa pelas tropas liberais. Vieram comandadas pelo Duque da Terceira - o senhor que está no meio do Cais do Sodré, cujo nome original é "Praça do Duque da Terceira" - que, após o fim do cerco do Porto e a vitória liberal na batalha da Cova da Piedade (e já não havendo qualquer obstáculo à entrada na cidade de Lisboa), veio até à capital, provocando a saída dos miguelistas. O Duque de Cadaval, comandante absolutista, ordenou a evacuação das tropas desmoralizadas sem combater.




Imagem daqui.

22 julho 2013

O dilema dos sapatos

Desde que comecei a trabalhar tenho feito uma lista de material que não me fez grande falta durante o curso mas que, agora (ou a médio prazo) me vai dar jeito na prática clínica.

Uma dessas coisas é um par de sapatos confortável para as Urgências... Ora bem, 

1) o tradicional é ter umas socas no cacifo. (Aqui põe-se o primeiro problema, que é o ter um cacifo. Mas adiante...).




Não são o supra sumo da moda, mas o hospital também não é uma passagem de modelos (embora muitíssimas vezes pareça!!).


2) outra hipótese é comprar umas crocs,

 

que há para todos os gostos, mas que ainda não me convenceram porque me fazem lembrar o típico turista de sandálias e meias...


3) uma excelente ideia que me tinha ocorrido era ir comprar uns Não do Brasil, mas agora que me davam jeito é que aquela loja fantástica das Amoreiras fechou...



4) as minhas paez às flores são o máximo, mas não sei se não serão demasiado folclóricas para ir trabalhar. Dar muito nas vistas nunca fez o meu género...





Vai daí, fiquei a modos que sem melhores ideias e para já vão servindo os meus Timberland velhinhos que não são muito pesados e são super confortáveis... Até quando vão aguentar é que não sei...

Tudo na mesma, como a lesma

Estou numa inércia que mete dó. Sem inspiração nenhuma, nenhuma! Não sei se é do calor, se é do "quanto menos faço, menos me apetece fazer". Por mim, já estava de férias, longe daqui, de papo para o ar na minha praia. Mas não, ainda estou a trabalhar, que é bem mais bonito. E portanto, vejo-me obrigada a andar numa espécie de auto-motivação, tal e qual uma cheerleader do meu próprio dia-a-dia, "'bora lá, mais um dia", "só faltam quatro urgências para as férias", "são só mais quinhentas consultas"... E assim vamos andando.

13 julho 2013

zimbora Benfica!!


Estou numa fila in(de)terminável apenas e só à espera que saia, quentinho, quentinho, o "pão da avó" da Portela. That's how good it is.
Desde cedo que temo a possibilidade de passar pelas horas mais felizes da minha vida sem as reconhecer.

José Luís Peixoto
Breve partilha da minha sorte infinita
in Visão
11 de Julho de 2013

12 julho 2013

Bom fim‑de‑semana



Imagem daqui.

Irrrrrrritam-me

... as pessoas que justificam os seus feitiozinhos com os signos que têm. "Ah, eu sou arrogante e mal criada, mas não posso fazer nada, é porque sou do signo tal"... é verdade que não percebo nada, mas acho mesmo que é p'ra lá de estúpido...

10 julho 2013

Espelhos de quarto

Às 10 queridas pessoas que todos os dias atracam aqui no meu estaminé à procura de "espelhos de quarto" ou "espelhos" ou "quartos", lamento desiludir-vos enormemente, mas não vendemos disso. Era um trocadilho, uma brincadeirinha de palavras que, se não apanharam logo logo, também não vos vou maçar agora com a explicação, paciência!, também não é importante. Segui a vossa vida, espelhos há muitos.

Cumprimentos da gerência.

Pedras no caminho



Liga-lhe

Pega no telefone e liga-lhe, não tens nada a perder. Diz-lhe que tens saudades dele, que ninguém te faz tão feliz, que os teus dias são frios e tristes quando não estão juntos. Pega no telefone e liga-lhe. Se ele não atender, deixa-lhe uma mensagem. Ou então escreve-lhe uma mensagem a dizer que queres estar com ele. Não te alongues nem elabores, os homens nunca percebem o que queres deixar cair nas entrelinhas. Tens de ser clara e não podes ter medo, porque o medo é o maior inimigo do amor.
A vida é uma incógnita, hoje estás aqui, amanhã podes ficar doente, ou cair-te um piano em cima quando fores a andar na rua. Ainda há pessoas que atiram pianos pela janela, sabias? Não sabes como será o dia de amanhã, por isso não percas tempo: pega no telefone e liga-lhe. Tenho a certeza que ele te vai ouvir, tenho a certeza que ele te vai ajudar, tenho a certeza que ele, à sua maneira ainda gosta de ti. Mesmo que já não te ame, ainda gosta de ti, como tu vais aprender a gostar dele, quando a vida te obrigar a desistir deste amor.
Ainda que não acredites, tu viverás para sempre nele, tal como ele vive em ti, na memória das tuas células, num passado que pode ser o teu escudo, mesmo que não seja o teu futuro.
Pega no telefone e liga-lhe. Fala com ele de coração aberto, diz-lhe que o queres ver, chora se for preciso, pede-lhe que te diga se sim ou se não. Se for preciso, por mais que te custe, pede-lhe para te escrever a palavra NÃO. Pede-lhe uma resposta para o teu coração. Mais vale saberes que acabou tudo do que viveres com as laranjas todas no ar, sem saberes quando elas vão cair.
Só não fiques quieta, à espera que a vida te traga respostas. A vida é tua, tens de ser tu a vivê-la, não podes deixar que ela passe por ti, tu é que passas por ela. E quando todas as laranjas caírem, apanha-as com cuidado, guarda-as num cesto, leva-as para casa e faz um bolo de saudades para esquecer a mágoa.
E nunca deixes de sonhar que, um dia, tal como eu, vais encontrar alguém mais próximo e mais generoso, que te ensine a ser feliz, mesmo com todas as pedras que encontrarem no caminho.
Larga as laranjas e muda de vida. A vida vai mudar contigo.

MRP
Na psiquiatria até as bactérias têm perturbações do humor..., "sabe, Dra., é que eu apanhei uma pneumonia bipolar".

06 julho 2013

Haha

«Lágrima de Preta», António Gedeão

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

E é tudo tão triste e tão rebuscado e tão rocambolesco e tão elaborado que...

A saúde da cachimónia

Comecei o estágio de Psiquiatria e palavra de honra que todos os dias me surpreendo com aquela malta. A mente humana é, de facto, o mais insondável dos mistérios... Por muito que já consigamos entender e "manipular" - no sentido de controlar sintomas, ajudar a organizar - tudo isso é uma pequeníssima parte do que se passa ali no andar de cima...