07 abril 2015

Cada minuto que passa é menos um minuto que falta

Os vintes já sei como são. Para mim estão a acabar, independentemente da minha vontade, que ficava aqui de bom grado. Mas para mim, dizia, estão a acabar e por isso tenho que aproveitar ao máximo os dias que ainda aqui me restam. Foram, talvez, mal aproveitados, porque podia ter passeado muito mais, visto muito mais pores do sol, ouvido muito mais a rebentação das ondas, comido muitos mais chocolates e coisas boas, olhado e visto muito mais os meus. Desperdicei imensos minutos dos meus vintes a perdê-los, assim, tão simplesmente. Talvez porque a consciência que me prega ao chão (não que me pese, porque não pesa muito, mas porque me mantém com os pés incrivelmente colados à terra) me dificulte os voos que poderia ter feito. Angústia. Apesar disso, e ainda que tenha nascido assim velha, essa crua verdade obriga-me a abrandar (travar, mesmo, às vezes) e a envelhecer mais lentamente por vontade própria. Quero, por isso, acreditar que ainda tenho montes e montes de tempo para viver - só assim isto faz sentido. Não por oposição a morrer, mas como o acto de fazer a mais absoluta coisa que temos - apenas e só, Viver.

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