29 outubro 2013

Exame objectivo de um médico em saída de urgência

Degradação do estado geral. Apresentação pouco cuidada. Aspecto de coitadinho.
Prostrado e sonolento. Pouco colaborante.
Humor deprimido. Mímica pobre. Não dirige o olhar. Apelativo quando abordado.
Pele e mucosas pálidas mas hidratadas.
Eupneico, sem sinais de dificuldade respiratória, embora por vezes se esqueça de respirar.
Cefaleia holocraneana com fotofobia, audiofobia, "tudo-fobia".
Dor intensa à mobilização cervical. Dores em todos e cada um dos grupos musculares.
Discreto edema dos membros inferiores, ainda que use em segredo umas bonitas meias de descanso.
ECG com taquicárdia e extrassístoles ventriculares e tudo e tudo e tudo.
Exame neurológico sumário: lentificação psicomotora. Desorientação espácio-temporal: não sabe às quantas anda e não faz idea de onde deixou o carro. Marcha de base alargada, andar vacilante. Sensibilidade aumentada, estado de "não me toques que me desafinas".

Considera-se o diagnóstico de "médico em saída de banco". Interna-se para monitorização dos parâmetros vitais e acompanhamento da situação clínica. Está malzinho, mas prognósticos, só no fim do jogo.

Mulheres

28 outubro 2013

Sou uma península.

Estou rodeada de gente falsa por todos os lados menos por um.
A sério!, saio de casa e é rara a pessoa que não tem alguma coisa desagradável para dizer sobre outra. Pela frente é tudo amor, pelas costas... God! Não se perde uma boa oportunidade para cascar forte e feio! E entre melhores amigas??... É a roupa e os sapatos e o cabelo e depois é o namorado e o casamento e como se educam os filhos. E são BFFs, o que seria se não fossem!... no meio disto tudo, como é que uma pessoa cala uma e mostra a outra que no meio de tanto sorrisinho a faca já vai funda? Que gentinha! Get a life!


27 outubro 2013

KitKats há muitos, seu palerma

Reclamação

Barragem do Alqueva, 27/10/2013
"On a clear day you can see forever"
Alguém me sabe explicar quem foi a abécula que mandou instalar aquele mamarracho escrito em inglês, mesmo à frente daquela vista indescritível? Não bastava ser uma frase em inglês, para inglês ver e inglês entender - que, de resto, se não tiver entendido depois de olhar à volta também não é ali que se vai iluminar -, ainda tinha que ser uma obra de arte em metal, de pontas aguçadas e inteligentemente escarrapachado no sítio onde toda a gente passa, a um metro e meio do chão.
Foram 3 marteladas e uma cabeça partida que vi nos vinte minutos que ali estive.
É de génio...

25 outubro 2013

Por outro lado, na rodoviária

algures na província.

-Boa tarde!
-Boa tarde!
-Olhe, eu vinha buscar uma encomenda que deve ter chegado hoje na camioneta.
-Na camioneta? Qual?
-Na de Lisboa...
-Atão deixe-me lá ver se tenho praí alguma coisa...
-Já agora... A que horas fecha?
-Lá prás oito.
-E abrem a que horas?
-Lá prás seis já estou aí.
-Das seis às oito está cá sempre?
-Pouco mais ou menos... Olhe, tenho aqui uma encomenda. O senhor é o fulano de tal?
-Sou sim (preparando-se para mostrar o BI)
-Não preciso disso. Aqui tem. Que lhe faça bom proveito!
-Obrigado.

23 outubro 2013

Nos correios

10 minutos de fila de espera.
Chega a vez:
- Boa tarde, tenho este envelope para mandar mas precisava de saber o código postal.
-Aqui não temos maneira de saber...
Queres ver que entrei na porta errada?
-Mas estou nos correios! Quem não souber pesquisar na net onde é que vai?
-...
-Ok, vou ver na net.
Lento, lentíssimo, não abre a página.
Outra vez na fila.
- Precisava então de um selo, se faz favor.
- Aqui não vendemos selos.
- Desculpe? Não vendem selos nos correios?
- Aqui não, a loja da frente já vendia selos antes de nós abrirmos.
- ... ... ... Ok, obrigada, boa tarde...
10 minutos de fila de espera na loja da frente.
-Boa tarde, precisava de um selo.
-Isto não é correio normal.
-Então...?
-Primeiro tem que pesar.
-Deixe-me adivinhar...
-Sim, ali nos correios.
(%#&$!!!)
-Obrigada.
Fila.
-Para... pesar...
-Já está. Aqui tem. Mas o envelope ainda não tem o código postal.
-NÃO PRECISO, AFINAL VOU LÁ LEVÁ-LO!!!!!!!!!

20 outubro 2013

No balneário

Quando vou à piscina levo sempre na mochila amostras de champô, amaciador e sabonete para tomar banho depois. Ontem acabou este último frasquinho e só quando o espremia pelas últimas gotas é que percebi que andei a usar como sabonete um "Dove cabelos pintados"...

19 outubro 2013

ideias...


(imagem daqui)

Vergonha

Não sei se é mais penoso ter vergonha por algo que se fez ou por algo que não se foi capaz de fazer. Tenho a última. A sensação da não ter sido capaz, o peso da desilusão. Falhei redondamente. Vergonha...
Não devia, não precisava, por favor, não há razões para isso, não quer dizer nada. Quer dizer tudo. Para mim, pelo menos, que devo ideias diferentes das vossas - e talvez erradas -, mas minhas. Por isso me custa assim. A mim.
Ninguém ma tira.

17 outubro 2013

Numa palestra

Para responder à sua pergunta vou dar-lhe uma resposta biquíni: curta mas cobrindo os pontos essenciais.

15 outubro 2013

Note to self

Trabalhando de noite no serviço de Urgência:
Se não queres jantar às 5 da manhã, não comas a ceia às 22h.

13 outubro 2013

Para quem diz que o leite faz mal à saúde

Jaroslav Wieczorkiewicz é o idiota que montou isto tudo. Pegou nuns copos de leite e numa câmara mega-rápida e fez nem mais nem menos do que as fotografias que se seguem (e mais umas quantas... cliquem aqui que têm o link para ver o resto), a recordar as magníficas pin-ups de outros tempos. É o poder da tecnologia aliado à pinta das miúdas. Muito bom!


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07 outubro 2013

Nem William, nem Harry

Da moda

Devo ser das maiores fashion-outsiders que existe. Não é que tenha um grande orgulho nisto (nem vergonha... a bem dizer, é-me mais ou menos indiferente), mas realmente o meu estilo, se é que se pode dizer que tenho um estilo, é completamente clássico. Tenho roupa que uso há séculos, nunca na crista da onda, mas nunca fora de moda. Mocassins usam-se sempre, Levis usam-se sempre, blusas, casacos de malha, um fio de prata... Há coisas que nunca saem de moda.
Qual é o problema?... É que de vez em quando uma pessoa, por muito neutral que seja, gosta de dar um arzinho da sua graça e usar alguma coisa mais in. É nestas alturas que a minha irmã J. entra em cena e me dá aquela ajuda caridosa de quem compreende o meu drama. Mas nem sempre isso acontece e há vezes em que vou às compras (que no meu caso se traduz em "por acaso passei por uma loja e entrei") e, sinceramente, nem sei para onde me hei-de virar!
E era isto que se estava a passar no outro dia, quando aconteceu algo extraordinário: ao meu lado a passar cabides estavam duas miúdas, claramente fashionistas, a comentar tudo o que viam. E eu, stalker, fui ali ao lado, como quem não quer a coisa, absorvendo todo o conhecimento, tirando das prateleiras as peças certas e montando os looks do momento, qual boa aluna. Tudo correu bem, até entrar no provador. Há limites para as calças justas, tops curtos, camisolonas largas... Alguma vez eu usava aquilo? Só trouxe uns calções que, tenho que admitir, nunca tiraria do cabide mas me ficam a matar! De resto... Não tenho cura.


02 outubro 2013

Palavra de honra que não percebo quem ponha bairrismos medíocres à frente da defesa do seu país, do que é de todos nós, do orgulho em ser português. Que vergonha.

01 outubro 2013

Para hoje, temos

chuva lá fora, a bater na janela. Manta fininha, só para aconchegar. Música clássica ao fundo. "O homem de Constantinopla".


Não é para brincadeiras...

Portugueses compram 75 mil embalagens de medicamentos psicotrópicos por dia.