23 setembro 2014

Verão

Sou da praia.
Sou do mar, sou da ondulação calma das ondas.
Sou da areia, sou das conchas.
Sou do nascer do sol no horizonte, sou do pôr do sol quente na Sra. da Rocha.
Sou dos passeios até ao rio, até à rocha do meio, até aos Salgados, até à Galé.
Sou dos dias longos de luz e das noites quentes de luar límpido.
Sou das tardes preguiçosas lendo um livro e dos fins de tarde à conversa.
Sou do Verão e tudo o que não o é me entristece.

21 setembro 2014

15 setembro 2014

Carta para o futuro, a poucos dias de fazer anos.

Querida 3A, em 2025,


Olha para ti, olha bem para ti e sorri.

Vais entrar nos 40 e espero que vejas uma vida inteira à tua frente.
Espero que tenhas casado, espero que tenhas (muitos) filhos. Espero mesmo que consigas ser feliz.
Daqui a 11 anos a tua vida vai estar irreconhecível aos olhos de hoje: aproveita tudo. Encontra o melhor equilíbrio entre as obrigações que tens e o que realmente interessa. E tira daqui o máximo proveito.
Talvez tenhas alguns desgostos, nada na vida é eterno... mas entre o que ganhaste e o que perdeste, espero que te sintas bem.
Vais manter os teus amigos, que serão um porto de abrigo para ti e tu para eles. E a tua família, que será sempre o centro da tua vida. Esforça-te por isso, é uma ordem, porque de resto pouco mais importa.
E, olha, mantém as costas direitas e a cabeça erguida. Se o conseguires fazer, tudo correrá melhor.
E já agora, se não for pedir muito, também agradecia que mantiveres a minha cinturinha de vespa. Não te ficava mal...

10 setembro 2014

Necessidades básicas

Recebi hoje na consulta um menino de quatro anos.
Comecei por lhe dar os parabéns, dizendo que notava tão bem que já não tinha três e que até me parecia crescido como os de cinco. Inchado de orgulho, foi falando da escola, das férias, dos amigos. Chegamos à altura de falar da alimentação e a Mãe contou que o menino tinha sempre muita fome, que lanchava às 3h e logo a seguir às 4h, que gostava de tudo e comia em bastante quantidade. Observei-o, tudo me pareceu bem e terminamos a consulta.
No final comentei que o mano não tinha vindo desta vez. Aproveitei para lhe perguntar quem mais vivia lá em casa.
- A Mãe, o Pai e o mano.
- E mais?, perguntou a Mãe, querendo que o rapaz falasse nas suas tartarugas.
- Mais a comida, a fruta e a casa de banho.