23 fevereiro 2011

Escolhas

Daqui a uns meses vou poder (ter que...) escolher uma especialidade para seguir.

Mais do que optar por uma especialidade médica ou cirúrgica; mais do que escolher entre tratar homens ou mulheres, miúdos ou graúdos, a coisa vai ter que pender numa balança bem mais profunda que infelizmente pesa dois mundos incompatíveis...

Daqui a 50 anos vou olhar para trás.
Hoje, prefiro sonhar que esse momento venha a ter que que legenda?

«Fui feliz. Fui uma grande médica. Salvei imensa gente e fui reconhecida pela dedicação aos meus doentes. Estive horas a fio no bloco operatório e fins-de-semana inteiros no hospital porque alguém precisou de mim. E tive uma família.»

«Fui feliz. Fui filha e irmã. Fui Mãe e mulher de alguém. Acompanhei a minha família nos bons e maus momentos. Estive com os meus filhos nas festas da escola e quando partiram a cabeça; quando morreu o cão e quando ganharam o jogo de futebol. Viajei pelo mundo e vivi imensas experiências de que não me vou esquecer. E fui médica.»

Qualquer uma é válida; nenhuma é errada. E a escolha é minha.

06 fevereiro 2011

Notícias do Karting - Plano Vertical esteve novamente em 1.º

Para a posteridade, o ano em que a Plano Vertical, Lda. se manteve durante a primeira fase no topo do Troféu de Karting da Ordem dos Engenheiros.

Faltam 300 médicos nos centros de saúde - JN

Faltam cerca de 300 médicos nos centros de saúde porque um especialista em Medicina Geral e Familiar ganha apenas 1100 euros. A solução está em dar "condições dignas" a esses clínicos e não contratar médicos estrangeiros. Quem o diz é o novo bastonário.

José Manuel Silva, que ontem, sábado, participou na tomada de posse dos órgãos sociais da Associação Nacional de Estudantes de Medicina em Coimbra, rejeita que haja falta destes profissionais. Portugal até tem mais médicos do que a média europeia, garante. O problema está na "desorganização" do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e na assimétrica distribuição, tanto por especialidades como em termos geográficos, dos médicos que existem.

foto FERNANDO TIMÓTEO/GLOBAL IMAGENS
Faltam 300 médicos nos centros de saúde
Bastonário critica salários de 1100 euros

A situação mais grave é a que se vive nos cuidados de saúde primários, onde faltam cerca de 300 médicos de família a meio milhão de portugueses. Nos hospitais, o bastonário admite que "provavelmente, há médicos a mais". A razão é simples: os jovens médicos não querem seguir a especialidade de Medicina Geral e Familiar porque, nos centros de saúde, vão receber, por 35 horas de trabalho, 1100 euros mensais, "um salário ao nível de um auxiliar de acção médica". Já nos hospitais, podem negociar, nos contratos individuais de trabalho, salários muito mais atractivos.

Para colmatar a carência de clínicos, o Estado tem optado por uma solução que, na opinião de José Manuel Silva, prejudica os doentes: contratar "médicos cubanos e colombianos, sem especialização em Medicina Geral e Familiar". "O que é preciso fazer é dar condições dignas para os jovens médicos se fixarem nos centros de saúde", defende.

A obrigatoriedade de os especialistas permanecerem no SNS durante um período igual ao internato, sob pena de terem de indemnizar o Estado, é também criticada pelo recém-empossado presidente da Ordem dos Médicos. Porque só tem um objectivo: reduzir os salários. "O Estado quer forçar os médicos a trabalhar compulsivamente com vencimentos mínimos", sublinha.

Para avaliar as reais necessidades de médicos em cada especialidade e por região e determinar quantas vagas devem abrir para os internatos complementares, a Ordem vai promover um estudo de demografia médica.

Quanto ao numerus clausus para Medicina, considera que é exagerado. Socorrendo-se de um estudo que, em 2002, avaliava as vagas necessárias em 1175, diz que, todos os anos, entram nos cursos de Medicina 700 alunos a mais.

Helena Norte

Link: Faltam 300 médicos nos centros de saúde - JN

04 fevereiro 2011

País - Rádios portuguesas combinaram um sorriso - RTP Noticias, Vídeo

«Isto é hoje. Mas se lhe dissesse que era ontem, dava no mesmo. Não há diferença. Melhor dizendo, a diferença está lá, só que já não a percebemos. Tal como quando nos olhamos ao espelho, sem que se note a erosão do dia que passou. Passou, ponto. Continuamos à procura do reflexo da nossa imagem, mas só porque disso se fez um sacrifício que há muito sacrificou a dose de prazer e já só nos permite ser funcionais, obedientes com uma rotina mecânica. Hoje, ontem, amanhã. Isto é você. Mas se lhe dissesse que era eu, era quase a mesma coisa. Estamos todos aqui, presos no embalo de um ritmo que parece mais feito de pára do que de arranca. Por isso, quando me convidaram a sorrir para o vizinho do lado, pensei que era preciso ter lata! Sorrir de quê? Para quem? E enquanto me interrogo, o vulto anónimo que me fez companhia todos os dias na fila ao lado sorriu. Desvio o olhar e ganho coragem para confirmar que aquele sorriso pedido era mesmo para mim. É estranho, mas dou por mim a sorrir de volta. E continuo sem saber de quê e para quem. Sorri. Não sei se amarelo, envergonhado, alegre, trocista ou até demente. Sorrir soube-me bem. Foi quase "Porreiro, pá!". Foi um sorriso fácil. Não é força de expressão, é uma expressão de força. Este é o seu país. Mas se me dissessem que era o meu, eu não iria acreditar.»
Alexandre Santos


Há já uns tempos que pensava quando iriam as rádios portuguesas tentar uma experiência semelhante à brasileira.
Hoje também em Portugal a radio faz sorrir os automobilistas.
Logo no dia em que não levei o carro...

Link: País - Rádios portuguesas combinaram um sorriso - RTP Noticias, Vídeo