08 setembro 2016

Ontem fomos à guerra. Com uma osga. Às duas da manhã.

1:00 - Já era tarde e, cansada, digo-lhes que tenho que ir para casa, que o que estávamos a fazer teria que ficar para outro dia. Levanto-me e despeço-me com os olhos meio fechados, mas não totalmente: iam abertos o suficiente para, no caminho para as escadas, avistar uma pequena osga no tecto do quarto dos Pais.
1:01 - Acendo a luz, percorro o resto do quarto com o olhar e, surpresa!, outra invasora, umas três vezes maior que a primeira, na parede do fundo.
"Joana, Luís! Não vão acreditar..."
Reúno as tropas, "como e que vamos dizer à Mãe?", "vamos apanhá-las", balde, vassoura, câmara de filmar. Atacámos a primeira.
1:03 - A bicha voava pela janela e lá ía à vida dela. Agora a outra.
"Onde é que está?", "é enorme!", "como e que apanhamos isto?". Fizemos uma barreira de sapatos (porque uma osga sobe paredes mas, perante uma fila de sapatos, calma aí!) e afastámos o cortinado. "Esquece, o melhor é fecharmos este quarto para sempre." Ainda assim, e com uma coragem vinda não sei de onde, atacámos o bicho... Claro que ela fugiu, "que nojo", "para onde é que foi?", "eu é que não saio de cima da cama!". Não sei mais quanto tempo à procura dela de cabeça para baixo, tudo revolteado, um calor desgraçado. "Está aqui, eu empurro e tu bates!". Fugiu outra vez. Procurámos, procurámos: nada, zero.
"Como e que vamos dizer a Mãe que tem uma osga perdida no quarto?"
"Não dizemos. Eu posso convida-lá a vir dormir para o meu quarto!" Para sempre...
Mas ali não estava. Fomos aos outros quartos, um de cada vez, revistado ao centímetro. Nada. Nem ali, nem nas escadas, nem no piso de baixo...
Ouvimos passos. Ainda a Mãe vinha a subir e: "onde é que está a osga?"
"Aqui não está!". "O quê? Qual osga?". "Olá Mãe!, então?".
Chegou a voz de comando e com ela o aspirador, a pá, as canecas de água, a toalha enrolada para tapar a fresta da porta. Todo um profissionalismo!
Começamos de novo: lanternas em punho, rabo para o ar a procura da dita. Sapatos para fora do quarto, tudo inspeccionado. E onde é que ela estava? Outra vez atrás do cortinado. Armas em punho (não fosse ela atacar) e tudo em alvoroço. Canecadas de água para atordoar, "cuidado com os fios eléctricos!", "não! atira para onde quer que seja!".
2:35 - uma hora e meia mais tarde, sucesso! Apanhamos a bicha zonza e, com a pá, foi acompanhada à janela para ir ter com a outra.

Moral da história: não há. Fico sem saber como é que o raio duma osga de 15 cm põe quatro adultos em alvoroço a estas horas da madrugada.

5 comentários:

  1. Que noitada... E que inundação! A limpeza /secagem só acabou às 5 da manhã

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  2. Título alternativo: A saga da osga perdida

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  3. Que saudades da "nosga"... Essa vivia na portada, mas não entrava em casa.

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  4. Sou perita a apanhá las com caixas de plástico! Muito eficazz!

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