29 julho 2015

Viemos

Fomos para o Douro, aquele paraíso na terra e se as obrigações não tivessem falado mais alto, tinha ficado mesmo por lá.

Um hotel novinho em folha, simpáticos, tudo impecável, vistas de cortar a respiração, almoços e jantares de comer e chorar por mais... E horas e horas de puro dolce far niente.

Gastei os últimos cartuchos a engendrar maneiras e formas de não ter que voltar, planos perfeitos para nos deixarmos ficar por ali. Vai que me dava uma doença súbita e não podia deslocar-me. Ou que ganhávamos uma estadia por tempo indeterminado e ninguém dava por nada cá em baixo. Ou que a chave do hotel se perdia e nunca mais podíamos sair de lá. Ou que caía um pedregulho na estrada e não se podia passar mais. Tudo possibilidades!

Mas não aconteceu... E viemos. Mas estou desolada porque aquilo é que era vida...



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