10 outubro 2011






Morreu, há dias, Steve Jobs. Dispensa apresentações: terá sido brilhante - deixa um legado fabuloso - mas nem isso o protegeu contra o cancro.


Tenho estado a estudar um tratado na área da saúde. Não há capítulo em que não se leia essa mesma palavra: Cancro. Todas as vezes me custa lê-la. Fico completamente atordoada, perco o fio a meada. Escrevê-la... não escrevo. "Neoplasia" tem o mesmo significado, mas como termo técnico que é soa a outra doença qualquer. Não soa a cancro. (É assim a Medicina: sonha com a saúde mas lida com a doença. Todos os dias.)

É que ele mata. Mesmo que estejamos a falar de casos de bom prognóstico, há sempre uma percentagem associada a confirmar a regra. Mesmo que possamos prever um futuro risonho, nunca mais aquela nuvem deixará o céu. É traiçoeiro e esconde-se. Não é como uma gripe que nos deixa de rastos. Quando enfraquece volta a esconder-se. Mostra-se quando já não há nada a fazer, mata da maneira mais cobarde possível.

Para quem o acompanha dá uma dolorosa sensação de impotência. Ver o sorriso esforçado de quem sofre deita-nos completamente abaixo. Obriga a pôr em perspectiva tudo o que se tem na vida... e dói. Muito.
Para quem o vive... não consigo imaginar. Tudo o que há a fazer é dar as mãos, erguer a cabeça e lutar pela vida.


Há dias morreu Steve Jobs. Era da idade do meu Pai.

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