08 julho 2011

[I]moralidade

No âmbito do Ano Europeu do Voluntariado e à laia de reflexão sobre os dramas da vida real, apetece-me falar sobre os problemas da [i]moralidade da nação.

É tão fácil - digo eu - apontar o dedo e atribuir a questões morais a derradeira responsabilidade pela instalada crise que vive[re]mos... Na minha opinião não será bem assim. Ou, pelo menos, não só assim.
Senão, vejamos: desenterrando os meus parcos conhecimentos da História da Humanidade, parece-me que nunca noutra altura como agora houve tal interesse, ligação, promoção até, da ajuda ao próximo. Movem-se milhões em projectos de apoio social. Muitos de nós, aliás, somos voluntários nas mais variadas causas, quanto mais não seja porque não nos sentimos bem sem contribuir de alguma forma para ajudar quem precisa mais do que nós. E mesmo quem pouco tem - tenho reparado - não deixa de dar o que pode.

Há, contudo, o reverso da medalha. Não sei, sequer, qualificar aquele tipo de pessoas que parasitam a sociedade usando pequenas brechas no sistema legal e transformando-as a seu favor num cada vez mais profundo fosso que vai dia para dia engolindo todos e cada um de nós. Adimitem-se salários chorudos nos cargos de topo? Sim! Tudo depende do que dão a ganhar ao País! Ficamos surpreendidos com o que o Cristiano Ronaldo ganha por mês. Alguém no Real se preocupa com isso enquanto ele der a ganhar ao clube muito mais?! É a mesma coisa. Agora, admitem-se famílias inteiras perfeitamente capazes de trabalhar e contribuir para o país - que é de todos - a viver eternamente à custa de rendimentos sociais de inserção, baixas e subsídios de desemprego ou disto ou daquilo?? Soube hoje de um caso destes: casa oferecida pela câmara, carrão à porta, unhas de gel, o menino a jogar playstation no plasma que tem no quarto. Faz uns biscates por fora, mas o grosso vem do subsídio... trabalhar que é bom é que não. E a melhor parte é quando reparamos que tudo o que faz é queixar-se das injustiças da vida... curioso...

Mas isto não dura para sempre. A segurança social está pura e simplesmente falida, o sistema nacional de saúde, moribundo... Todas as regalias que aprendemos a dar como garantidas estão a chegar ao fim. Vamos todos sofrer as consequências de uma má gestão - é certo - mas também dos aproveitamentos de oportunistas descarados e imorais.

Daí que me pareça que a sociedade não precisa de cidadãos mais moralistas, precisa - isso sim - de mais pessoas a viver de acordo com algum padrão de moralidade...

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